Motley Crue: "ser artista é ser um pouco narcisista"
Darryl Harrison, do New York Post, conduziu uma entrevista com o baixsita do MÖTLEY CRÜE, Nikki Sixx. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
New York Post: Olhando para trás em sua carreira musical, quais músicas ou álbuns que você considera os pilares de sua vida, aquelas(es) que mostram o que você foi e o que é agora?
Nikki: Eu analisei algumas letras do nosso primeiro álbum,
e era como se eu estivesse tentando apagar o meu passado, dizendo,
‘Frankie died the other night, some say it was suicide’ ("Frankie morreu
ontem à noite, alguns dizem
que foi suicídio"). Meu nome de batismo é Frank, e eu estava tentando
apagar isso e me reinventar, porque a minha adolescência foi tão
dolorosa - por
minha própria culpa e dos meus pais. Você olha pra trás e lembra de
todas essas coisas. Algumas músicas significavam muito para mim quando
tinha 20 anos, mas hoje não dizem mais nada.
New York Post: Então cite três músicas que relatam seu crescimento a partir de hoje em diante?
Nikki:
Me desenvolvi na base do humor, da arrogãncia, do sarcásmo que eu
tenho, e eu olho para o passado, eu nunca tive problemas com Deus, ou
com qualquer religião, mas eu fiz uma "Oração ao Senhor" e devolvi em
uma forma mais sarcástica e arrogante na canção "Wild Side". Ao mesmo
tempo, eu conto histórias das ruas de Los Angeles que eu vi e vivi.
Então, "Wild Side", foi uma mistura de humor e uma sombria honestidade
poética. Eu olho para trás e é muito interessante ver onde eu estava e
onde estou agora. Mas de qualquer forma, eu sou o mesmo cara.
New York Post: Você consegue fazer várias coisas diferentes - MÖTLEY CRÜE, SIXX: AM - parece
o Tarzan balançando de um lado para o outro, e quando eu li o que você
escreveu, eu fiquei pensando: "Parece que ele escreve para si mesmo, e
não necessariamente para outras pessoas lerem?"
Nikki:
Para mim, escrever é uma forma de respirar e uma forma de elaborar
outras coisas. Eu sempre acreditei que escrever um jornal ou um diário
faz do sujeito uma pessoa mais centrada. Eu ainda escrevo um diário.
Gosto de resolver isso no papel, às vezes, antes de trabalhar com minha
mente. Eu trabalho, e estou sempre resolvendo problemas.
New
York Post: Era onde eu queria chegar, você faz sua música, você faz
literatura e agora está envolvido em sua fotografia. O que você está
buscando?
Nikki: Sinceramente eu não sei. Eu acho justo
quando estamos criando, quando estamos escrevendo, gravando,
fotografando, e tudo isso reflete da pessoa que está fazendo para o
próximo, é isso que eu espero. Eu não faço coisas para qualquer um. Eu
faço isso por mim mesmo, em primeiro lugar. Ser artista é um ser um
pouco narcisista. Você geralmente fala de si mesmo, de uma forma ou de
outra. Há compositores que só contam histórias, mas eu não sou assim. Se
eu estou passando por um momento difícil, eu escrevo uma canção
sombria. Se eu estou passando por um momento feliz, eu escrevo uma
canção alegre. É a mesma coisa com a fotografia. Várias coisas em "This
is Gonna Hurt", são mais sombrias porque eu estava passando por um
período mais obscuro, e eu estava explorando uma maneira de encontrar o
alívio. Mas agora eu estou em uma fase diferente. Estou muito feliz,
tenho um ótimo relacionamento, minha família é perfeita, todos os meus
negócios estão indo muito bem, adoro estar na rádio. Agora, na minha
fotografia, vocês estão começando a ver algo um pouco mais leve.
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