Axl Rose: “sobe na porra do palco ou você vai morrer!”
Por Dave Herrera, traduzido por Nacho Belgrande.
O texto
abaixo é um trecho de uma entrevista do jornalista estadunidense Dave
Herrera com o promotor de shows BARRY FEY, que vem atuando no segmento
desde os anos 70 e acaba de publicar um livro, ‘Backstage Past’ (ainda
sem título em português). A entrevista completa pode ser lida clicando
no link a seguir:
http://blogs.westword.com/backbeat/2011/11/interview_barry_fey.php
(…) E qual seria sa história favorita?
Eu
acho que a minha história favorita… ah, meu Deus, essa é difícil. Dave,
isso é muito difícil – e eu não estou me fazendo de gostoso – mas a com
a qual eu mais me divirto é uma que eu desminto.
Qual é essa?
A
história do Axl Rose, tal como foi contada por Lars Ulrich. Você já
ouviu essa, certo? Essa história, creio eu, é a mais famosa delas. Nós
trouxemos o Guns e o Metallica
pra tocar no Mile High. Havia 48-49 mil pessoas lá. Era uma grande
turnê, e eles alternavam o fechamento. Numa noite, uma banda fechava, e
na seguinte a outra (Nota do tradutor: na verdade o GN’R sempre fechou
as noites dessa turnê conjunta).
Daí ele pega esse telefone. As pessoas estão começando a ficar putas nessa hora. O Guns está lá em cima fazendo uma jam, ok? Eles tocaram “Welcome to the Jungle” e daí não fizeram mais nada; eles só estavam tocando e as pessoas estavam ficando nervosas. Na verdade, eu descobri que elas estavam levando suas camisetas do Guns N’ Roses até a barraca de merchandise e jogando-as de volta e dizendo, ‘Me dá uma camiseta do Metallica. ’
Daí eu fui até o camarim do Guns e do Metallica. Daí o Guns manda um emissário – e disso eu falo com certeza porque eu estava a um metro de distância dele – e ele diz a Lars, “Vocês poderiam voltar pro palco e tocar conosco, porque a platéia está prestes a explodir?” E daí Lars responde, exatamente como eu tô te dizendo, “Vocês trouxas não têm dinheiro suficiente em todas suas contas bancárias pra me fazer voltar praquele palco.”
Nessa altura, eu saí do camarim, fui pro estacionamento e tirei meu (revolver).357 do porta-luvas e coloquei no meu bolso de trás das calças. Daí eu fui lá, e eu não sei o que vou fazer, porque, você sabe, ele tinha causado um motim em Montreal, eu acho, quando foi embora e não voltou mais. Bem, alguns minutos depois, o carro volta e Axl sai e conversa com o empresário dele – o nome dele era Doug Goldenstein; ele era um ex-segurança dos bons, ele chegou a comandar a segurança deles, e ele acabou virando empresário da banda. Mas como ser empresário de drogaditos maníaco-depressivos? Essa é pesada. Eu não sei como você faz isso.
Então ele (Axl) sai e conversa com o empresário dele e sobre direto pro palco e recomeça o show. Daí eu coloquei três dos meus, chame eles do que você quiser, seguranças, leões-de-chácara, jagunços – os mais cascas-grossas que eu tenho – no topo das escadas e três policiais de Denver na outra ponta. Minhas instruções são: “O único jeito de ele sair, se ele sair de novo, é por ali,” e eu aponto pra plateia. Doug Goldenstein diz, “Barry, você não pode fazer isso. Axl vai ficar muito puto.” Eu disse, “Eu tô pouco me fudendo pra ele e eu não me importo com você tampouco. Eu me importo com eles,” e eu apontei pro povo.
Então, basicamente, foi isso que aconteceu. Mas Lars tende a contar uma história diferente, e Lars tem muito mais credibilidade nesse ramo do que eu. Ele jura que eu apontei uma arma para a têmpora de Axl e disse, “Sobe na porra do palco ou você vai morrer.” A .357 nunca saiu do meu bolso. Mas toda vez que ele me vê até hoje, ele diz, “Barry, você está armado hoje?” Então essa foi a história.
Claro, também foi a despedida de solteiro de Slash naquela noite. Foi no centro da cidade no (hotel) Embassy Suites, que não existe mais. Eles estavam dando tickets – um azul se você quisesse um boquete, um amarelo se você quisesse meter, e um vermelho de você quisesse as duas coisas. Foi uma noite louca. E depois, eu fui descobrir, a razão pela qual Axl saiu do palco era porque tinha brigado com Slash. Mas você sabe, eu não tava nem aí. Eu simplesmente… eu não ia deixar sair dessa numa boa.
E Lars me diz, “Não me diga que você não teria dado um tiro nele.” Eu disse, “Ah, se ele não voltasse, ele ia tomar um tiro.” Mas isso não teve que acontecer. Então é uma bela história, mas é verdade. É assim que rola. Se você desligar o fone agora e ligar pro Lars, ele vai te contar a história, “Sim, Barry meteu um cano na cabeça do cara.” Não aconteceu. (…)
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